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SAS: Executando diversos códigos em um só com o include
Assim como é possível chamar outros códigos no R e utilizar algumas funções prontas, no SAS algo semelhante pode ser feito declarando INCLUDE.
Quando você utiliza o include seguido de um caminho com um programa SAS, o que vai acontecer é que esse programa será executado. Sendo assim, você pode rodar diversos códigos em um projeto só, pode consolidar as suas libnames em um lugar só, enfim, há várias alternativas, todas com o include.
Uma situação hipotética: sua empresa possui uma base padrão, dentro de um DW qualquer, com um campo de data no formato string “ddmmaaaa”. Vamos supor que você tenha criado um projeto no qual um dos programas seja uma macro, denominada trata_data, que recebe a base padrão e converte o campo string para o formato data padrão do SAS. Você utilizou essa macro nesse projeto, mas ela é pode ser útil em vários outros estudos. O que você pode fazer é salvar essa macro como um programa em um diretório e quando você precisar utilizá-la em outro código, você utilizará algo como a sintaxe:
*chama a macro que tratara a data da base padrao (base_in) *e gera uma base com campo tratado (base_out); %include '/sasdata/minhaempresa/macro_trata_data.sas'; %trata_data(base_in, base_out);
Outra forma de utilizar o include é na automatização de alguns processos. Vamos supor que você tenha criado um modelo estatístico que gera o rating das empresas clientes do seu banco e você deseja automatizar o processo de geração de rating para várias bases diferentes que chegarão mensalmente. Para isso, você pode criar diversos programas que receberão algumas variáveis, como a base de entrada e uma base de cadastro que enriquecerá a base de entrada, e rodá-los todos com o include. O exemplo abaixo pressupõe um programa chamado gera_rating_empresa.sas e dentro desse programa você possui duas variáveis/bases que devem ser passadas pelo usuário chamadas base_in e base_endereco (lembre-se que no programa elas precisam ser chamadas com &base_in e &base_endereco):
*insira o nome da base de entrada com campo CNPJ com 14 dígitos (string); %let base_in = base_entrada_yyyymmdd; *passe a base que enriquecera com as informacoes de endereco; %let base_endereco = base_endereco_yyyymmdd; *execute o programa; %include "/sasdata/.../gera_rating_empresa.sas";
Não se esqueça de ficar craque em macros / let: Macros e a expressão Let no SAS
Macros e a expressão Let no SAS
No post As boas práticas de programação foi mencionado que o código deveria ser o menos estático possível? No SAS isso pode ser feito muito bem com a criação de Macros e com a expressão %LET.
CONCEITO DE MACROS
De acordo com o Wikipedia “Uma macro (abreviação para macroinstrução), em ciência da computação, é uma regra ou padrão que especifica como uma certa sequência de entrada (frequentemente uma sequência de caracteres) deve ser mapeada para uma substituição de sequência de saída (também frequentemente uma sequência de caracteres) de acordo com um procedimento definido.”
Ou seja, uma macroinstrução é uma sequência de regras que o programa deve seguir. Quando você cria uma macro, você cria um programinha que vai executar uma série de procedimentos.
MACROS NO SAS
No SAS, assim como em outros programas, você pode deixar uma série de nomes flexíveis dentro da sua sequência de procedimentos, para que eles rodem diversas vezes soltando saídas diferentes.
Por exemplo, suponha que a gente tenha a base FATURA_YYYYMM gerada mensalmente com as faturas dos clientes no mês corrente. Você está realizando um estudo com clientes que possuem faturas de valor acima de R$ 200,00. Porém, para seu estudo, você vai pegar clientes dos primeiros três meses do ano. Se a pessoa não conhece muito sobre macros, é esperado que ela faça um código como esse:
data faturas_jan;
set fatura_201601;
if vlr_fatura > 200;
run;
data faturas_fev;
set fatura_201602;
if vlr_fatura > 200;
run;
data faturas_mar;
set fatura_201603;
if vlr_fatura > 200;
run;
Não parece a melhor maneira. Alguém mais calejado já estaria quebrando a cabeça imaginando que existe um jeito mais prático. Existe, é utilizando as macros do SAS.
No começo parece até algo mais complicado, mas é bem simples. A sintaxe é da seguinte forma:
%macro nome_da_macro(input 1, input2, ...);
comando 1;
comando 2;
.
.
.
%mend;
%nomedamacro(input 1, input2, ...);
Sendo assim, podemos criar a macro EXTRAI_FATURA na qual vamos colocar como inputs os nomes das bases que serão lidas e como output as bases de saída:
%macro extrai_fatura(input, output);
data &input;
set &output;
if fatura > 200;
run;
%mend;
%extrai_fatura(fatura_201601, extracao_janeiro);
%extrai_fatura(fatura_201602, extracao_fevereiro);
%extrai_fatura(fatura_201603, extracao_marco);
Veja que a macro está lendo as bases que declaramos como input e está soltando os resultados em bases com o nome que passamos como output (extracao + nome do mês).
Note que precisamos colocar o caractere ‘&’ antes do nome das variáveis que serão substituídas. Note também, que a macro pode ficar ainda mais flexível com você passando o valor que quiser em cada extração:
%macro extrai_fatura(input, output, valor);
data &input;
set &output;
if fatura > &valor;
run;
%mend;
%extrai_fatura(fatura_201601, extracao_janeiro, 100);
%extrai_fatura(fatura_201602, extracao_fevereiro, 200);
%extrai_fatura(fatura_201603, extracao_marco, 300);
Nessa segunda macro, podemos colocar o valor que quisermos em cada extração. A primeira execução vai ler a fatura_201601 e retornar a extracao_janeiro apenas com clientes que possuem fatura acima de R$ 100,00. A segunda execução lê a fatura_201602 e retorna a extracao_fevereiro apenas com os clientes de fatura acima de R$ 200,00.
%LET NO SAS
A expressão %LET é mais fácil ainda que a macro, embora não ache ela tão poderosa.
Essa expressão também serve para alterar parâmetros no meio do seu código, porém, diferentemente da macro, você declara a variável uma vez no início do código. Uma das facilidades que eu vejo no LET é que permite você rodar o código por partes, o que facilita bastante para pegar erros. Facilita para processos executados periodicamente em que se altera algumas variáveis de inputs. Vamos supor que agora você não vai fazer um estudo, mas você quer fazer uma campanha com os clientes de alta renda e todo mês, assim que a base de faturamento for gerada, você vai pegar os clientes que possuem faturas acima de R$ 500,00. Você faria o seguinte código no mês de janeiro:
%let base_fatura = fatura_201601;
data extracao_campanha;
set &base_fatura;
if fatura > 500;
run;
Novamente, a gente declara uma variável e insere ela no código com o comando ‘&’ seguido do nome do input. No mês seguinte, você precisaria apenas trocar o valor atribuído ao %let e executar o mesmo código:
%let base_fatura = fatura_201602;
data extracao_campanha;
set &base_fatura;
if fatura > 500;
run;
Pense agora na quantidade de possibilidades. Deixar o valor da fatura, o nome da base de saída e outras variáveis flexíveis também. Pense agora se você tivesse 50 condições ao invés dessa única. Facilitaria bastante, não?