Muitos posts sobre manipulação de dados?

Às vezes eu tenho vontade de escrever mais sobre técnicas de modelagem estatística, mas me falta tempo por conta do trabalho, mestrado e outros hobbies além do blog. Postar alguma coisa de SAS e R é mais fácil, pois passo boa parte do dia manipulando dados nessas ferramentas.

O curioso é que faz muito sentido escrever mais sobre manipulação de dados, se eu quiser ter um blog que quer ajudar iniciantes (e pessoas experientes) que trabalham em modelagem ou áreas correlatas. Pode ser chocante para algumas pessoas, mas, na maioria das vezes, a técnica estatística utilizada vai fazer pouca diferença no seu resultado final.

Não estou dizendo que não é importante, nem que qualquer um que manipule dados pode rodar uma regressão qualquer, colocar um stepwise lá e pronto, temos um modelo. Longe disso! A diferença de um economista, um estatístico e outros estudiosos de econometria é justamente a noção de que não basta enfiar dados em um liquidificador e esperar que o modelo saia perfeito. O que estou dizendo é que dentre as etapas de construção de um modelo, a escolha da melhor técnica dificilmente será o passo mais importante.

Dentre os passos importantes em um modelo, cito dois que acho fundamentais e que já demonstram a relevância de etapas que vão além da escolha do melhor algoritmo:

  1. Questão: Antes de mais nada você precisa saber o que você quer responder. Você quer saber quantos clientes vão deixar de te pagar? Você quer saber qual o filme que o cliente X quer assistir? E eu complementaria com: O que você vai fazer com essa informação? Não adianta você tentar prever o futuro sem saber a ação que vai tomar quando tiver a informação em mãos. Esse é um dos motivos que o conhecimento de algum negócio está sempre na lista de conhecimentos que um cientista de dados precisa ter;
  2. Dados: A velha noção de garbage in, garbage out ~ entra lixo, sai lixo. Para mim, a etapa mais importante. Se os seus dados estiverem comprometidos, se você não os manipulou da forma correta, seu trabalho não vale nada. Essa etapa, quando mal executada, vai trazer uma resposta errada para sua pergunta, isso se você conseguir alguma resposta. É bem provável que você fique com um monte de informação confusa na sua frente;

Por fim, o que me levou a esse post foi encontrar a tabela abaixo que compara diversas técnicas preditivas para vários conjuntos de dados, mostrando que a diferença entre a melhor técnica e a pior não é significativa na maioria das vezes. Essa tabela foi retirada desse link, e é um trecho do livro Classification, Clustering, and Data Mining Applications:

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