TUTORIAL: PROC FREQ NO SAS

Sempre que você for trabalhar com bases grandes, você provavelmente não vai conseguir dizer o que está dentro daquela base e/ou entender se seus dados fazem sentido, somente olhando para o analítico da base. Uma das formas de se analisar o conteúdo de uma base, é verificando as frequências com que aparecem algumas informações. Verificar a frequência é importante não só para validação das informações, como também para se obter insumos para tomada de decisão. No SAS, a principal forma de se obter as frequências é através do proc freq. Vamos verificar quais as diferentes formas de se usar este comando. Continuar a ler “TUTORIAL: PROC FREQ NO SAS”

Como obter a frequência de uma variável no SAS

Mencionei o comando proc freq do SAS no post Frequência no R utilizando o pacote Hmisc. Agora, vamos nos aprofundar um pouco e ver o que é possível fazer com este comando.

O proc freq traz a frequência das variáveis que você quer analisar ou fazer qualquer tipo de análise descritiva, ou seja, traz o número de vezes que determinado valor da variável aparece. A sintaxe mais simples do comando é:
proc freq data= base_de_dados; 
    table variavel1 variavel2 ... variaveln; 
run;
Vamos utilizar os dados de crédito german_credit_2 como exemplo.
Assim como já fizemos no R, no post Árvore de Decisão no R, vamos discretizar as variáveis Creditability e CreditAmount, para só depois gerarmos as frequências.
No caso de Creditability, a discretização serve para visualizar melhor quem é bom e quem é mau pagador. No caso de CreditAmount, não conseguimos gerar uma frequência que seja útil, pois a variável é contínua. Pior ainda, se a base for muito grande, o comando muito provavelmente não irá funcionar. Afinal de contas, você estará trazendo o número de vezes que cada valor aparece. Separar em intervalos é o ideal nesse caso.
Note que no meu caso, a base foi importada para o SAS com o nome german_credit_21.
**** discretiza variaveis creditability e amount ****;
data german_credit_21_v2;
    set german_credit_21;

    length d_creditability $4.;
    if creditability = 1 then
    d_creditability = 'good';
    else d_creditability = 'bad';

    length d_creditAmount $9.;
    if creditAmount <= 2500 then
    d_creditAmount = '0000-2500';
    else if creditAmount > 2500 and creditAmount <= 5000 then
    d_creditAmount = '2500-5000';
    else d_creditAmount = '+5000';

run;

**** Frequencia de Creditability e Amount ****;
proc freq data= german_credit_21_v2;
    table d_creditability d_creditAmount;
run;
Na primeira tabela é possível ver a frequência e qual o percentual que representa do todo. Temos 300 clientes maus, sendo que isso representa 30% da nossa população. Além disso, temos também a frequência acumulada. Temos, na segunda tabela, 537 clientes que possuem dívida entre 0 e 2500, e 812 clientes que possuem entre 0 e 5000, sendo que esses clientes representam 81,20% da nossa população.
É possível também obter a frequência cruzada, ou seja, quantos clientes bons e ruins há em cada faixa de dívida:
**** Frequencia Cruzada de Creditability e Amount ****;
proc freq data= german_credit_21_v2 ;
    table d_creditability*d_creditAmount;
run;
E se você quiser deixar a tabela um pouco menos poluída, mantendo apenas a frequência, utilize o norow, nocol e/ou nopercent:
**** Nao traz frequencia por linha, coluna nem percentual ****;
proc freq data= german_credit_21_v2;
    table d_creditability*d_creditAmount / norow nocol nopercent;
run;
Também é possível salvar a tabela de frequência utilizando o out:
**** Cria uma tabela de output chamada tabela_frequencia ****;
proc freq data= german_credit_21_v2;
    table d_creditability*d_creditAmount / out= tabela_frequencia norow nocol nopercent;
run;
E se você quiser ordenar a tabela de frequência, basta acrescentar o order = Freq:
**** Sem ordenar ****;
proc freq data= german_credit_21_v2 ;
    table Guarantors;
run;

**** Ordena pela frequencia ****;
proc freq data= german_credit_21_v2 order= freq;
    table Guarantors;
run;
Assim como fizemos para o Creditability, nós poderíamos ter atribuído nomes ao invés de índices ao Guarantors. Porém, para não alterarmos nossa base original, poderíamos simplesmente aplicar uma formatação:
**** formata o nome ****;
proc format;
   value formatacao
        1 = 'none'
        2 = 'co-applicant'
3 = 'guarantor';
run;

**** gera frequencia e apresenta com nome formatado ****;
proc freq data = german_credit_21;
   tables Guarantors;
   format Guarantors formatacao.; 
run;

Frequência no R utilizando o pacote Hmisc

Como estou acostumado com o proc freq do SAS para validar algumas informações e ver se faz sentido o que estou fazendo, procurei algo semelhante no R. Encontrei o describe() do pacote Hmisc. Claro que deve existir outro pacote que faz isso, mas esse foi o primeiro que encontrei.

O proc freq do SAS, como o nome já indica, calcula a frequência de seus dados. Por exemplo, se você tem uma base que contém homem e mulher, você pode utilizar um código parecido com esse:

proc freq data = base_de_dados; table sexo; run;

Onde base_de_dados seria o nome da sua base e sexo o nome da coluna contendo o sexo das pessoas.Esse código retorna para você o número e a porcentagem de pessoas de cada sexo. Analogamente, você poderia fazer o seguinte código no R:

install.packages("Hmisc");
library("Hmisc");
describe(base_de_dados$sexo);

E o resultado seria o mesmo.

Para não ficar muito abstrato, segue um exemplo com a base de dados german_credit_21 já utilizada no post Árvore de Decisão no R. Eu tinha discretizado algumas variáveis naquela época, e estava refazendo isso hoje. Apenas para garantir que tinha feito da forma correta, utilizei o describe(). Veja que ele me retornou que 30% da minha base possui Creditability ‘bad’ e 70% ‘good’. Além disso, pude ver também como foi dividido o CreditAmount. Bem simples, uma função só e você já tem uma bela descrição para trabalhar:

install.packages("Hmisc");
library("Hmisc");
describe(dados);